A alemã Nastassja Kinski, grande musa do cinema dos anos 80, completa 60 anos de vida neste 24 de janeiro, e ganha mostra no Petra Belas Artes, de 21 a 27 deste mês, com quatro dos seus filmes mais importantes: “Movimento em Falso” (1975), “Paris, Texas” (1985), “Tão Longe, Tão Perto” (1993), os três dirigidos por Wim Wenders, mais “O Fundo do Coração” (1981), de Francis Ford Coppola.
Filha de pais separados, a menina Nastassja raramente via o pai, o famoso ator Klaus Kinski. Morando só com a mãe e tendo que ajudar com as despesas de casa, ela começou a trabalhar muito cedo, como modelo, principalmente. Até que um feliz acaso aconteceu: aos 12 anos, enquanto dançava numa discoteca de Munique, ela foi descoberta pela esposa de Wim Wenders, quando o diretor selecionava elenco para “Movimento em Falso”, o filme que marca a estreia dela no cinema.
Em 1976, ela conheceu o diretor Roman Polanski, que a incentivou a estudar o método de atuação de Lee Strasberg, nos Estados Unidos. Dois anos depois, em 1978, ela estrelou o drama romântico italiano “Tentação Proibida”, com Marcello Mastroianni, ganhando reconhecimento nos Estados Unidos. A seguir, Nastassja interpretou a personagem-título de “Tess” (1979), de Polanski.
Enfim, em 1981, ela estrelou o romance musical “O Fundo do Coração”, seu primeiro filme realizado nos Estados Unidos. Ainda nos Estados Unidos, ela protagonizou o terror “A Marca da Pantera” (1982), com Malcolm McDowell, um remake do clássico “Sangue de Pantera”, de 1942. Dois anos mais tarde, em 1984, ela voltaria a encontrar Wim Wenders para filmar “Paris, Texas”, um dos seus filmes mais aclamados, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Definitivamente, 1984 foi o ano dela. Além de “Paris, Texas”, Nastassja brilhou em mais três produções de sucesso: "Os Amantes de Maria", de Andrey Konchalovskiy, "Infielmente Tua", de Howard Zieff, e "Um Hotel Muito Louco", de Tony Richardson.
Durante a década de 1990, Nastassja apareceu em vários filmes americanos, voltando a trabalhar na Alemanha, com Wim Wenders, em “Tão Longe, Tão Perto” (1993), vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, um filme que traz de volta à Terra o grupo de anjos do clássico "Asas do Desejo".
Esta será uma oportunidade rara que o Petra Belas Artes proporciona para você (re)ver na tela grande quatro grandes filmes com uma atriz que é um nome essencial na história do cinema contemporâneo.
E o melhor: para encontrar Nastassja, você não precisa atravessar o deserto do Texas, como fez Harry Dean Stanton. Basta atravessar a rua da Consolação para chegar no cinema de rua mais amado de São Paulo!
VEM AÍ:
De 28 de janeiro a 03 de fevereiro, no Petra Belas Artes, será a vez da “Mostra de Cinema Tcheco”, que reunirá cinco filmes essenciais de uma das filmografias mais sólidas e importantes do século XX: “Viagem ao Fim do Universo” (1963), de Jindrich Polák, obra que influenciou clássicos da ficção científica, como "2001", "Star Trek", "Guerra nas Estrelas" e "O Planeta dos Macacos"; “Iluminação Íntima” (1965), de Ivan Passer, considerada uma das obras mais importantes do cinema produzido na República Tcheca dos anos 1960; “Trens Estreitamente Vigiados” (1966), de Jirí Menzel, primeiro longa do diretor, vencedor do Oscar 1968 de Melhor Filme Estrangeiro; “O Baile dos Bombeiros” (1967), de Milos Forman, indicado ao Oscar 1969 de Melhor Filme Estrangeiro, foi também o primeiro filme colorido do diretor; e “Marketa Lazarová” (1967), de Frantisek Vlácil, considerado o melhor filme tcheco de todos os tempos, de acordo com uma pesquisa de 1998 realizada por cineastas e críticos da República Tcheca e Eslováquia.