NHEENGATU – O FILME estreia nos cinemas brasileiros em dezembro

NHEENGATU – O FILME ESTREIA NOS CINEMAS BRASILEIROS EM DEZEMBRO

Filme teve estreia mundial no Festival Doc Lisboa onde foi o filme de abertura, e exibição na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Sinopse

Ao longo de uma viagem no alto Rio Negro, na Amazônia profunda, o diretor busca uma língua imposta aos índios pelos antigos colonizadores. Através desta língua misturada, o Nheengatu, e dividindo a filmagem com a população local, o filme se constrói no encontro de dois mundos.


Ficha Técnica:

Roteiro e direção: JOSÉ BARAHONA

Produção: CAROLINA DIAS / REFINARIA FILMES

Co-produção: FERNANDO VENDRELL / DAVID & GOLIAS

País: Brasil/Portugal

Ano: 2020

Duração: 114min

Distribuição: Pandora Filmes

A língua Nheengatu, ou antiga Língua Geral Amazônica, é uma mistura do tupi, do português e de várias outras línguas indígenas. Uma das línguas mais faladas na região Norte do Brasil até meados do Séc. XIX, ela foi utilizada pelos portugueses, jesuítas e brasileiros como forma de aproximação e catequização dos índios, até Portugal perceber que para reconhecer o Brasil como seu e definir as suas fronteiras teria de o fazer também através da língua portuguesa, banindo assim o Nheengatu.

O Nheengatu, no entanto, sobreviveu no norte da Amazônia, na região do Alto e do Médio Rio Negro. Ao longo do tempo, ela continuou sendo usada para catequização e ao mesmo tempo se tornou  a língua materna de muitas populações indígenas, que perderam a sua língua materna com a colonização.  É falada hoje em dia por parte da população das regiões de São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro, noroeste da Amazônia, fronteira com Brasil, Venezuela e Colombia. São Gabriel da Cachoeira, município onde 75% da população se declara indígena, é o único no Brasil que tem três línguas indígenas - Nheengatu, Tukano e Baniwa - reconhecidas como oficiais junto com o Português.

NHEENGATU – O FILME

Ao longo do Rio Negro, na Amazônia profunda, onde fica a região de São Gabriel da Cachoeira,  o diretor José Barahona e a equipe de filmagem partem numa viagem ao encontro das comunidades indígenas que falam Nheengatu. Tendo a língua como propósito, o filme retrata o encontro entre dois mundos: o da população da floresta com os "brancos", como dizem os índios. História, religião, colonização, escravidão, negociação, política, cultura e invasão  são assuntos abordados ao longo do documentário, que lida com o desafio, por vezes conflituoso, de achar o equilíbrio entre a preservação da cultura e a realidade contemporânea.

Fazendo ligação com esta língua misturada, Nheengatu, o filme também usa uma linguagem fílmica mista, onde câmeras diferentes e filmagens feitas com celular pelo índios e pelo diretor se aproximam para construir este encontro.